segunda-feira, 30 de junho de 2008

Personalidade: Pablo Neruda



Extremamente emotivo, o chileno Pablo Neruda realizou uma obra de crescente tendência humanitária e, em suas últimas fases, pôs o talento a serviço da justiça social. Em 1971 recebeu o Prêmio Nobel de Literatura pela grande obra que foi a sua. Neftalí Ricardo Reyes, adotou o pseudônimo Pablo Neruda, em homenagem ao poeta tcheco Jan Neruda. Escreveu os primeiros poemas, reunidos em Crepusculário no ano e 1923, o qual já assinou Pablo Neruda, nome adotado legalmente em 1946. O livro seguinte, Veinte Poemas de Amor y Una Canción Desesperada (1924), fez de Neruda, com apenas vinte anos, um dos mais famosos poetas chilenos. Foi nomeado cônsul-geral do Chile em 1927 e durante os cinco anos seguintes Neruda representou seu país em diversos pontos do sudeste asiático. Nesse período casou-se com Maria Haagenar e escreveu uma de suas obras principais, Residencia En La Tierra. Depois de breve estada em Buenos Aires, Neruda serviu como cônsul na Espanha, primeiro em Barcelona, depois em Madri, e tornou-se figura indispensável nos meios intelectuais. A guerra civil espanhola, que lhe inspirou a obra España en el Corazón em 1937, determinou uma mudança profunda na atitude do poeta, que aderiu ao marxismo e decidiu consagrar sua obra e sua vida à defesa dos ideais políticos e sociais inspirados pelo comunismo. Em 1938 regressou ao Chile e, após novo período no México como embaixador, em 1945 foi eleito senador pelo partido comunista. Três anos depois, porém, o governo pôs o partido na ilegalidade. Com o mandato cassado, o poeta abandonou o chile e visitou vários países da europa, inclusive a União Soviética, que em 1953 lhe concedeu o prêmio Lenin da paz. Neruda terminou nesses anos de exílio outra de suas obras maiores, Canto General (1950), obra que exalta a américa latina. Quando, em 1952, o governo chileno restabeleceu as liberdades políticas, neruda regressou ao país e fixou residência em Isla Negra, no Pacífico. Em 1971 Neruda foi novamente nomeado embaixador do Chile em Paris. Passados 12 dias do golpe de estado que sepultou o governo popular de Salvador Allende e deu início a um negro período na história chilena, Pablo Neruda morreu em Santiago, em 23 de setembro de 1973. Sua autobiografia, Confieso que he Vivido, publicada postumamente em 1974, é extraordinário testemunho sobre o poeta e seu tempo.

Nenhum comentário: