sexta-feira, 20 de junho de 2008

Personalidade: Grande Otelo



Hoje vou falar de um mineiro, de Uberlândia. Um homem muito bem humorado, que se foi em 1993, mas continua na nossa memória. Tinha 1 metro e 50 cm de altura, os olhos esbugalhados e os lábios espichados de bebê chorão. Nunca haverá um tipo popular e divertido igual ao pequeno, porém Grande Otelo. Além de um comediante incomparável, que formou dupla com Oscarito em dezenas de filmes na época áurea das chanchadas e comédias da Praça Tiradentes e do Cassino da Urca, no Rio de Janeiro, Otelo era também um ator dramático de autenticidade visceral. Embora fosse festejado por platéias populares, foi adotado nos anos 60 pelo cinema novo e encarnou Macunaíma, de Joaquim Pedro de Andrade, personagem que ele jurou ter ajudado o escritor paulistano Mário de Andrade a construir. Uma tragédia viria a abalar a vida de Otelo: sua mulher matou o filho do casal, de seis anos de idade e se suicidou. As filmagens de carnaval no fogo foi abalada. Otelo filmou a cena em que fazia o papel de Julieta e Oscarito o de Romeu, sem saber de nada. Abalado, afastou-se da fita e só assistiu a cena, quase trinta anos depois. Otelo morreu de enfarte ao desembarcar em Paris no dia 26 de novembro de 1993, às vésperas de seus 78 anos, a caminho do festival dos três continentes, em Nantes, onde seria homenageado.

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