quarta-feira, 4 de junho de 2008


Ele dizia: “miséria é imoral. Pobreza é imoral. Talvez seja o maior crime moral que uma sociedade possa cometer.” Sociólogo, Herbert de Souza, o Betinho, é símbolo da determinação e do trabalho incansável pela cidadania, pela verdadeira democracia participativa, pela solidariedade e pelos direitos humanos em uma sociedade injusta. Contraiu o vírus da AIDS em uma das transfusões de sangue, devido à hemofilia, que herdou de sua mãe. Fundou, em 1986, uma das primeiras instituições do país que lutou pela defesa dos direitos das pessoas portadoras do HIV. A figura humana de Betinho adquiriu notoriedade definitiva como o incansável coordenador da “ação pela cidadania contra fome e a miséria”, que pretendia ir além de um movimento social de caráter assistencialista. a campanha do Betinho foi tão polêmica quanto popular, a ponto de contar com o apoio expresso de, praticamente, 100% da população brasileira. O seu sentido maior era a cidadania, o direito ao emprego e a luta pela terra. Com certeza, um dos maiores humanistas brasileiros. Mesmo doente e abalado com a morte de seus irmãos (Henfil e Chico Mário) ele nunca abandonou a militância política. Betinho morreu aos 61 anos, em nove de agosto de 1997. O frágil-forte e sensível Betinho deixou a lição: “não fazer pelos excluídos, mas fazer com os excluídos”.

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